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e você é, como eu, um curioso a
respeito de tudo que se refere ao mundo dos livros, certamente já se perguntou
o que significam aqueles numerozinhos misteriosos, mais conhecidos como ISBN. Eles
vêm grafados nas capas dos livros, representados por um código de barras.
Vamos tentar te explicar agora. O
que significa, exatamente, a sigla ISBN? International
Standard Book Number (algo como Número Padrão Internacional de Livros). É composto
de 13 algarismos, separados por traços. Importante saber que esta configuração
atual é recente; os livros catalogados até 2007 não obedeciam à mesma
orientação (tinham apenas10 algarismos, sem os três identificadores do tipo de
produto).
Vamos partir de um livro qualquer,
que já tenha sido postado aqui no blogue: Rua
do Odéon, de Adrienne Monnier. Seu ISBN é 978-85-8217-613-9. Como disse Jack, o estripador, vamos por partes.
O primeiro conjunto de algarismos, 978 (Prefixo Bookland), vai indicar de
que produto se trata; neste caso, indica tratar-se de um livro.
A segunda sequência (Identificador
de país, área ou grupo idiomático) é a representação numérica do país, área
geográfica ou grupo idiomático onde o livro está sendo produzido; 85 indica o Brasil.
A terceira posição (Identificador
de publicação) se refere à editora que foi responsável pelo registro da obra. No
caso, como a editora é a Autêntica, ela é representada pelo número 8217.
Na penúltima posição (Identificador
de Título), temos a indicação do título da obra, dentro daquela editora específica.
Se um mesmo título foi publicado por editoras diferentes, o número muda. No caso,
a Rua do Odéon, publicado pela
Autêntica, recebeu o número 613.
Por fim, temos o dígito verificador,
uma espécie de “prova dos nove”. Tem a mesma função do verificador de um CPF,
por exemplo: garantir que aquela determinada sequência numérica está correta. No
caso supracitado, o código é 9. Há,
é claro, uma fórmula para se chegar a este dígito.
Então, o ISBN é um número de
identidade do livro. É válido para o mundo todo, uma padronização da indústria
livreira. Se eu não tenho título, nem autor, ao pesquisar o ISBN, chego a estas
informações.
O órgão oficial, no Brasil, responsável
por controlar este registro, é a Biblioteca Nacional, situada no Rio de
Janeiro. A editora ou o autor, no caso de autopublicação, deve recolher uma
taxa, preencher formulário e ceder uma cópia do original, devidamente rubricado
em todas as páginas e assinado, para guarda e comprovação.
O copyright é reconhecimento oficial de autoria de determinada obra. Aliás,
de qualquer produto criativo, cuja autoria se queira resguardar. É feito em
site próprio, mediante preenchimento de formulários e recolhimento de depósito.
Por ele, o autor garante todos os direitos sobre sua obra, estabelece multas indenizatórias
nos casos de cópias não autorizadas, por
toda a vida, mais 70 anos após sua morte. Depois disso, a obra cai em domínio
público, ou seja, pode ser editada por qualquer um, sem pagamento dos royalties
(direito autoral). Machado de Assis, por exemplo, é um autor em domínio
público.
Outra informação importante, já que
estamos falando de registro de livros, é sobre a Ficha Catalográfica. Obrigatória pela lei 10.753, de 30/10/2003, a
Ficha Catalográfica fica a cargo da Câmara Brasileira do Livro. É um padrão
internacional existente desde 1976 e serve para orientar a indexação de uma
obra numa biblioteca. Normalmente, ela é colocada no verso da folha de rosto do
livro, e menos frequente, no final dele – e aí recebe o nome estranho de colofão. Curiosidade: o colofão era
muito usado na idade média. Parece que este gosto das editoras está voltando...
Esperamos ter esclarecido o
assunto. Não vai mudar o mundo, certamente, mas é uma informação interessante
do mundo da escrita.
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