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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ISBN - Que Bicho É Esse?


S
e você é, como eu, um curioso a respeito de tudo que se refere ao mundo dos livros, certamente já se perguntou o que significam aqueles numerozinhos misteriosos, mais conhecidos como ISBN. Eles vêm grafados nas capas dos livros, representados por um código de barras.

Vamos tentar te explicar agora. O que significa, exatamente, a sigla ISBN? International Standard Book Number (algo como Número Padrão Internacional de Livros). É composto de 13 algarismos, separados por traços. Importante saber que esta configuração atual é recente; os livros catalogados até 2007 não obedeciam à mesma orientação (tinham apenas10 algarismos, sem os três identificadores do tipo de produto).

Vamos partir de um livro qualquer, que já tenha sido postado aqui no blogue: Rua do Odéon, de Adrienne Monnier. Seu ISBN é 978-85-8217-613-9. Como disse Jack, o estripador, vamos por partes.

O primeiro conjunto de algarismos, 978 (Prefixo Bookland), vai indicar de que produto se trata; neste caso, indica tratar-se de um livro.

A segunda sequência (Identificador de país, área ou grupo idiomático) é a representação numérica do país, área geográfica ou grupo idiomático onde o livro está sendo produzido; 85 indica o Brasil.

A terceira posição (Identificador de publicação) se refere à editora que foi responsável pelo registro da obra. No caso, como a editora é a Autêntica, ela é representada pelo número 8217.

Na penúltima posição (Identificador de Título), temos a indicação do título da obra, dentro daquela editora específica. Se um mesmo título foi publicado por editoras diferentes, o número muda. No caso, a Rua do Odéon, publicado pela Autêntica, recebeu o número 613.

Por fim, temos o dígito verificador, uma espécie de “prova dos nove”. Tem a mesma função do verificador de um CPF, por exemplo: garantir que aquela determinada sequência numérica está correta. No caso supracitado, o código é 9. Há, é claro, uma fórmula para se chegar a este dígito.

Então, o ISBN é um número de identidade do livro. É válido para o mundo todo, uma padronização da indústria livreira. Se eu não tenho título, nem autor, ao pesquisar o ISBN, chego a estas informações.

O órgão oficial, no Brasil, responsável por controlar este registro, é a Biblioteca Nacional, situada no Rio de Janeiro. A editora ou o autor, no caso de autopublicação, deve recolher uma taxa, preencher formulário e ceder uma cópia do original, devidamente rubricado em todas as páginas e assinado, para guarda e comprovação.

O copyright é reconhecimento oficial de autoria de determinada obra. Aliás, de qualquer produto criativo, cuja autoria se queira resguardar. É feito em site próprio, mediante preenchimento de formulários e recolhimento de depósito. Por ele, o autor garante todos os direitos sobre sua obra, estabelece multas indenizatórias nos casos de  cópias não autorizadas, por toda a vida, mais 70 anos após sua morte. Depois disso, a obra cai em domínio público, ou seja, pode ser editada por qualquer um, sem pagamento dos royalties (direito autoral). Machado de Assis, por exemplo, é um autor em domínio público.

Outra informação importante, já que estamos falando de registro de livros, é sobre a Ficha Catalográfica. Obrigatória pela lei 10.753, de 30/10/2003, a Ficha Catalográfica fica a cargo da Câmara Brasileira do Livro. É um padrão internacional existente desde 1976 e serve para orientar a indexação de uma obra numa biblioteca. Normalmente, ela é colocada no verso da folha de rosto do livro, e menos frequente, no final dele – e aí recebe o nome estranho de colofão. Curiosidade: o colofão era muito usado na idade média. Parece que este gosto das editoras está voltando...

Esperamos ter esclarecido o assunto. Não vai mudar o mundo, certamente, mas é uma informação interessante do mundo da escrita.

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