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terça-feira, 23 de março de 2021

Resenha nº 170 - A Bela e A Fera - Madame de Villeneuve

 


Título original: La Belle et La Bête

Autora: Madame de Villeneuve

Tradução: André Telles

Ilustrações: Walter Crane e Outros

Apresentação: Rodrigo Lacerda

Editora: Zahar (clássicos Zahar)

Edição: n/c

Copyright: 2016

ISBN: 978-85-378-1604-2

Gênero textual: Conto de Fadas

Origem: literatura francesa


Foi um autêntico prazer ler este clássico dos contos de fadas, A Bela e A Fera. Antes, conhecia-o de ouvir falar – há certas obras de que a gente sempre ouve falar, como Dom Quixote, mesmo sem as ter lido – e pelos filmes da Disney. Obra várias vezes filmada, adaptada, editada pelo mundo todo, este livro de bolso e capa dura nos brinda com duas versões da mesma história, uma introdução muito esclarecedora e excelentes ilustrações.

A versão considerada clássica é mais recente, de Madame de Beaumont e data de 1756. Dela são tirados os roteiros para as obras cinematográficas e teatrais. O texto tem mais cara de conto de fadas. É mais curto que o anterior, mais enxuto.

A versão primeva é da autoria de Madame de Villeneuve, datada de 1740. É mais extensa, mais cheia de nuances e foge à estrutura consagrada dos contos desta espécie. Não sei como classificá-la, arrisco uma noveleta. Para o meu gosto literário, é de longe, a versão que mais me agrada. Vou falar dela, mas fique o leitor sabendo da possibilidade de levar as duas pelo preço de uma. Escolha a que melhor lhe aprouver.

Na apresentação de Rodrigo Lacerda, temos a informação de onde vem a inspiração para a fera da história: veio de fatos. É que, conforme nos informa Lacerda, houve certo Pedro Gonzáles, espanhol nascido nas Ilhas Canárias, portador de rara anomalia chamada de Hipertricose. Também conhecida como “síndrome de lobisomem”, de caráter hereditário, seu portador apresenta o corpo inteiro coberto de pelos. Pessoas portadoras de casos teratológicos ou anomalias como esta eram exploradas como atrações circenses, em verdadeiros shows de aberrações.

Pedro Gonzáles foi presenteado pelo próprio pai ao rei Carlos I da Espanha; criaturas assim faziam parte dos “acervos” dos monarcas e eram exibidas como símbolos de status. Pois bem. O estranho ser – para resumir – foi transferido para a posse do rei da França, Henrique II. Objeto de curiosidade, o rei decidiu submeter a criatura a uma experiência: conseguiria humanizar-se?

Sua majestade rebatizou-o Petrus Gonsalvus, deu-lhe roupas nobres e providenciou-lhe esmerada educação. Pedro aprendeu a ler, escrever, falar outras línguas e dominar as sofisticadas regras de etiqueta francesa. Continuando com sua abstrusa experiência, Henrique II o fez casar-se com Catarina, bela filha de uma serviçal do palácio. Com o tempo, a repulsa inicial da jovem se transformou em uma relação amorosa e um casamento bem-sucedido.

O texto A Bela e A Fera, de madame de Villeneuve, se estende da página 57 à página 233. A família de Bela vivia tranquilamente numa cidade. O pai era um comerciante; tinha seis filhas moças e seis filhos homens – todos solteiros. Entretanto, numa reviravolta característica de contos de fadas, quis o destino que eles perdessem tudo o que tinham. Os navios que traziam os artigos a serem comercializados pelo pai foram assaltados por piratas. Restou-lhe apenas uma modesta casa no campo.

Naquela nova situação, a caçula Bela, portadora de um bom coração, foi quem se deu melhor. Longe de viver se queixando das agruras da nova vida, arregaçou as mangas e dedicou-se com afinco ao trabalho rude do campo. Naturalmente, tornou-se a predileta do pai e admirada pelos irmãos homens. Espíritos mesquinhos, a inveja logo se instalou nas suas irmãs.

“A jovem tinha muito mais encantos para brilhar em sociedade do que qualquer uma delas [das irmãs]. Uma beleza perfeita adornava sua juventude, seu humor inalterável cativava a todos. Seu coração, generoso e misericordioso, guiava todos os seus atos e palavras. Tão sensível como as irmãs às atribulações vividas por sua família, porém com uma força de vontade incomum numa adolescente, soube esconder a dor e colocar-se acima da adversidade. Tamanha determinação foi tachada de insensibilidade. Estava claro para todos, entretanto, que essa opinião era ditada pela inveja.” (página 63)

Esta história tem sido tão repetida e filmada, que julgo não haver importância em incorrer em spoiler. Ao fazer tentativas para melhorar a vida da família, o pai viaja para a cidade. Entretanto, é noite e ele se perde no caminho, e em meio a uma floresta, vai dar numa propriedade estranha, a princípio parece abandonada. Ali pernoita, encontra comida pronta, posta em uma mesa no grande salão do castelo. Mas comete um erro: lembra-se do pedido de Bela, de que lhe trouxesse uma rosa. Ora, naquela propriedade havia as mais belas rosas por ele já vistas. Ao colhê-las para a filha, aparece-lhe a Fera, dizendo-lhe que o visitante devia pagar com a vida tal ousadia. Após choramingar muito, expondo sua vida miserável à criatura, ela decide comutar a pena de morte:

“— Disponho-me a perdoá-lo, mas com uma condição: que me entregue uma de suas filhas. Preciso de alguém para reparar este erro.

— Misericórdia! O que me pede? – não acreditava o comerciante. – Como prometer uma coisa assim? Quem poderia ser tão desumano a ponto de sacrificar a própria filha para salvar a pele, que pretexto eu alegaria para trazê-la aqui?

— Não deve haver pretexto – decretou a Fera. – A filha que porventura o acompanhe terá de vir espontaneamente, caso contrário não quero. Verifique se alguma delas é suficientemente corajosa, e o ama bastante, para sacrificar a vida em troca da sua.” (página 80)

Mesmo se não se conhecer a história, não será difícil concluir que, fatalmente, Bela se oferecerá para o sacrifício. Acreditando estar indo para uma morte inexorável, a jovem pouco se importa com a descrição do pai, sobre a fera horrenda. Se vai morrer, pouco lhe importa se seu executor seja bonito ou feio.

Entretanto, tudo se modifica e a Fera se apaixona pela moça, quase assim que a vê. Apesar do seu aspecto repulsivo, a criatura tem, no fundo, um bom coração e cobre Bela de agrados. Este esforço vai vencendo, pouco a pouco, a resistência da filha do comerciante.

Na segunda parte desta história, Bela passa a ter sonhos frequentes em que um jovem, muito bonito, vem estar com ela. Diz-lhe palavras de amor e ela acaba por desenvolver uma espécie de amor platônico pelo personagem dos seus sonhos. Entretanto, outro sonho se interpõe: se ela se demorasse na visita que tinha sido autorizada a fazer à família mais do que o prazo dado pelo seu algoz, a Fera morreria. E, com o drama de consciência de tornar-se responsável por uma morte, Bela gira um anel mágico no dedo e retorna ao castelo.

Ao retornar, encontra a Fera quase morta. Ausculta-lhe o coração e o sente bater debilmente; é tomada por um grande sentimento de perda:

“Animando-a com a voz, fez-lhe tantos afagos que ela aos poucos se recuperou:

— Quanta preocupação – Bela lhe disse polidamente –, eu não imaginava gostar tanto de você: o medo de perdê-lo me revelou que algo mais forte que os laços da gratidão me prendiam à sua pessoa. Juro que só pensava em morrer, se não conseguisse lhe salvar a vida.

Ao ouvir essas palavras carinhosas, a Fera, sentindo-se plenamente restabelecida, respondeu-lhe com a voz ainda fraca:

— Quanta generosidade sua, Bela, em ter apreço por um monstro, mas faz bem: amo-a mais que a minha vida. Achei que a senhorita não voltaria. Eu teria morrido. Uma vez que gosta de mim, quero viver. Vá descansar e esteja certa de que será feliz como seu generoso coração merece.” (páginas 148/149)

Bela e a Fera se tornam marido e mulher. Em uma noite, ao acordar, a jovem tem uma surpresa, pois deitado ao lado dela na cama, está o príncipe dos seus sonhos. Os indícios a levam a ligar uma coisa à outra e ela tem certeza de a Fera e o príncipe serem uma única pessoa. O príncipe não acorda, está mergulhado num sono letárgico, indicativo de um forte feitiço agindo ali.

Aqui, o conto de fadas se torna extremamente interessante. Ao invés de caminhar para o final feliz sem mais delongas, Madame de Villeneuve contraria a estrutura destes contos e faz entrarem em cena a mãe do príncipe e uma fada. A chegada destas duas tem a força de tirar o príncipe do feitiço a que estava submetido. Ele acorda.

Conta a história da sua vida, até ali. Contos de fadas não abrem espaço para os príncipes transformados em monstros se explicarem ou explicarem o que lhes havia acontecido. Vários segredos são revelados (não, não quero, definitivamente, dar spoilers, afinal).

A Fada revela aos dois e à mãe do príncipe, que ela tinha estado sempre protegendo quanto possível o rapaz. Entretanto, mesmo as fadas não podem tudo, ela estava presa às leis de certa Ilha Bem-Aventurada, onde habitava. Um feitiço assim como o que envolvia o caso, somente poderia ser desmanchado por fadas hierarquicamente superiores a ela, ou por alguma fada que houvesse sido cobra alguma vez. Há descrição de um intrincado jogo de regras que regulam as ações das fadas, quer sejam elas boas ou más.

Desavenças do passado haviam resultado nos encantamentos e desastres do presente. Mas, como nos outros tantos contos de fadas circulantes, as terríveis tramas foram deslindadas. E o final desta surpreendente história chega a seu termo, em termos bem diferentes daqueles a que estamos acostumados:

“A rainha e a Fada, sua irmã, foram igualmente generosas com Bela, seu esposo, a Rainha sua sogra, o velho e a família dele, de maneira que nunca houve humanos tão longevos. Querendo transmiti-la à posteridade, a Rainha, mãe do Príncipe, não se esqueceu de mandar incluir essa história maravilhosa nos anais de seu império e nos da Ilha Bem-Aventurada. Cópias foram distribuídas por todo o Universo, a fim de que se falasse eternamente das prodigiosas aventuras da Bela e da Fera.” (página 233)

Bem diferente do desenho da Disney, não, amigo leitor? Entretanto, não desprezo o desenho, penso ser ele um clássico da animação, com sua vertente diversa da mesma história. E parece que este conto de fadas nasceu para fornecer diferentes versões. Há uma realização fílmica muito boa, em branco e preto, dirigida sabe por quem? Ninguém menos que o habilidoso e genial Jean Cocteau, multiartista inquieto francês.

Verdadeiro prazer de ler. Um motivo a mais para ler outras tantas vezes. 

domingo, 7 de março de 2021

Resenha nº 169 - Política, Ideologia e Conspirações, de Gary Allen e Larry Abraham


Título original: None dare call it conspiracy

Autores: Gary Allen e Larry Abraham

Tradutor : Eduardo Levy

Editora : Faro Editorial

Edição : 1ª

Copyright : 2017

ISBN : 978-85-62409-90-5

Gênero textual : relato político

Origem : EUA

 Com certeza, você já ouviu estarrecido que apenas um por cento das pessoas detém mais riquezas do que os restantes noventa e nove por cento dos demais. Bem, esta informação tem cheiro e cara de mais uma daquelas Teorias de Conspirações que circulam no mundo. Ainda mais se você adiciona ao cardápio o nome dos Illuminati.

Na época do Iluminismo, certas organizações secretas denominadas os Illuminati (Iluminados, em Latim) foram descobertas pela investigação policial na antiga Baviera e proibidas pelo soberano Carlos Teodoro. Foram acusados de ingerência na política de estado, agindo por meio de conspirações diversas.

Gary Allen é graduado em História pela Stanford University. Foi um membro eminente da John Birch Society. De 1964 em diante, escreveu também artigos para revistas como Conservative Digest e American Opinion. Ocupou o cargo de redator dos discursos de George Wallace, durante as campanhas deste governador do Alabama à presidência.

Larry Abraham, também formado em História, liderou movimentos republicanos ainda na juventude. Tornou-se uma voz ativa dentro do meio liberal; foi cofundador da PanAmerica Capital Group, Inc., autor e palestrante sobre temas políticos, econômicos e financeiros.

E o que estes dois autores nos dizem neste Política, Ideologia e Conspirações – livro famoso no exterior, escrito e publicado em 1971 – e só agora merecendo uma primeira edição no Brasil? Basicamente, uma pequena parcela da humanidade detém o poderio econômico maior que o restante dos habitantes deste planeta. E quando se possui um poderio econômico tão grande, pode-se entender a influência que podem exercer sobre governos. E aí temos um problema: quem detém poder luta para mantê-lo, não é mesmo? E mais: luta para expandi-lo. Fará qualquer coisa para continuar a ter o poder nas suas mãos e nas de seus familiares.

Afinal, foi assim desde que o mundo é mundo: temos exemplo disto nos Bórgias, nos Césares, nos Médicis, etc. Não serão estes os nomes a desfilarem neste livro, substituídos pelos poderosos do mundo moderno: Os Rockefeller, os Rothschild, os Warburg e alguns mais. Mas a tese central deste livro polêmico não é exatamente declinar os nomes dos mais ricos, como se depreende do título.

Gary e Larry (daria uma dupla de música country norte-americana, não?) arrolam uma quantidade impressionante de argumentos para dizer: “olha, enquanto nós achamos que comunismo e capitalismo são arquirrivais, como óleo e água não se misturam, os tais detentores do poder, lá em cima, não têm essa delimitação ideológica. Sendo capitalistas, todos eles, fazem e fizeram acordos com os comunistas sempre que disto pudesse resultar mais dinheiro ou poder para seus cofres – uma coisa puxa a outra.

Anotei a primeira passagem do livro:

“Os ‘acidentalistas’ querem que acreditemos que é ‘simplista’ atribuir qualquer um dos nossos problemas a planejamento, e que na verdade, todos eles são causados pela tríade Pobreza, Ignorância e Doença. Os ‘acidentalistas’ ignoram o fato de que alguns dos países mais avançados do mundo foram conquistados pelos comunistas, como a Tchecoslováquia, que era um dos mais industrializados e Cuba, que tinha a segunda maior renda per capita da América Central e do Sul.” (página 14)

Levantando argumentos a favor de sua tese, os dois autores, calçados em documentos, afirmam que

“Karl Marx foi contratado para escrever O Manifesto comunista, um pega-trouxas demagógico para atrair as massas, por um misterioso grupo que se autonomeava a Liga dos Homens Justos. Na realidade, O Manifesto comunista já estava em circulação havia muito tempo quando o nome de Marx passou a ter reconhecimento suficiente para estabelecer sua autoria do manual revolucionário.” (página 29)

Na busca das evidências para desenvolver uma variação do seu tema, os autores deste livro apelam para um efeito textual extremamente sedutor: partem do conhecimento que qualquer de nós temos sobre o crime organizado. Dizem-nos que estes mandatários são gente sem educação formal, que são formados na” pobreza e aprenderam o ofício nos becos sujos de Nápoles, Nova York e Chicago”.

E aí deduzimos facilmente: “nossa, isto deve ser verdade, conheço realidade parecida com esta aqui mesmo, no Brasil. Igualzinho aos traficantes nas comunidades pobres espalhadas por este imenso país”. Baseados nesta analogia que você foi levado a formar em sua mente, eles acrescentam:

“Agora suponha que um sujeito com a mesma personalidade amoral gananciosa dos chefes da máfia nascesse em uma família patrícia de grande riqueza, estudasse nos melhores colégios secundários e depois em Harvard, Yale ou Princeton, com uma possível pós-graduação em Oxford. Nessas instituições, viria a conhecer bem história, economia, psicologia, sociologia e ciência política. Depois de graduar-se em estabelecimentos tão ilustres, seria possível encontrá-lo pelas ruas vendendo bilhetes de jogo, passando maconha para adolescentes ou controlando prostíbulos? Será que ele participaria de guerras de gangues? De modo algum. Pois com esse tipo de formação, ele perceberia que se você quer poder, poder de verdade, o que a história ensina é: ‘Entre para o governo’. Torne-se político e se empenhe para conquistar poder político ou, melhor ainda, transforme políticos em laranjas seus. É aí que está o poder de verdade – e o dinheiro de verdade.” (página 27)

Escrevendo que sempre o que está por trás dos conflitos econômicos e políticos deste grupo detentor do poder – nomeados pelos autores como Adeptos – pelo mundo todo são os ganhos e manutenção do poder daquele pequeno grupo dos absolutamente ricos. Os autores afirmam, por exemplo, a morte do Rei Ferdinando, dada como estopim da Primeira Guerra Mundial pelos historiadores, nada mais foi que um pretexto.

Os adeptos sempre agiram para capturar a esquerda. Garry e Larry argumentam, nesta linha de raciocínio:

“Não existe nenhum movimento proletário nem mesmo movimentos comunistas, que não tenha operado de acordo com os interesses do dinheiro, na direção indicada pelo dinheiro e pelo período permitido pelo dinheiro – e isso sem que os idealistas entre seus líderes tenham a mais leve suspeita do fato.” (página 64)

E Seguem:

“Na Revolução Bolchevique veem-se alguns dos homens mais ricos e mais poderosos do mundo financiando um movimento que alega como base de sua própria existência a ideia de privar homens como os Rothschild, os Rockefeller, os Schiff, os Warburg, os Morgans, os Harriman e os Milner de sua riqueza. É evidente, no entanto, que esses homens não têm o menor medo do comunismo internacional. A conclusão lógica é que... o controlam.” (página 78)

De acordo com Gary e Larry, são membros das famílias Rockefeller e Eaton que têm o poder de transferência tecnológica à União Soviética (o livro foi escrito em 1971, lembre-se. A URSS ainda estava de pé).

Uma conclusão para tudo isto, sendo verdade, é que será muito mais fácil para controlar, manipular governos totalitários, tanto de esquerda quanto de direita, por mão que saiba jogar e tenha dinheiro e poder. Isto é o que tem sido feito no mundo. Tais famílias – Adeptos, na terminologia dos autores – não conhecem crise. Cada vez têm mais poder e mais dinheiro. Cada vez mais suas influências se disseminam pelo mundo.

Enquanto isto, para seguir a linha de raciocínio dos dois escritores, fico eu e ficamos nós cá embaixo, trocando ódios e ameaças de acordo com nossas ideologias. Tal estado seria ótimo, pois assim não vemos o que, de verdade, acontece no andar superior.

Resta nos perguntarmos: mas tudo isto – e a partir do título – não seria meramente uma Teoria de Conspiração, como tantas circulantes por aí? Pode ser. O livro nos deixa com muitas pulgas atrás das duas orelhas. Incomoda-nos sermos estúpidos. Um fantoche, provavelmente, se sentiria assim, se pudesse ter sentimentos.

Teoria de Conspiração. Pode ser. Mas que o livro é bem escrito, tem argumentos bem arranjados e cita fontes para certos fatos, isto também é verdade.