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domingo, 20 de janeiro de 2019

Resenha nº 142 - Harry Potter e A Câmara Secreta, de J. K. Rowling


Resultado de imagem para livro Harry Potter e A Câmara SecretaTítulo Original: Harry Potter and The Chamber Of Secrets
Título em português: Harry Potter e A Câmara Secreta
Autora: J. K. Rowling
Tradutor: Lia Wyler
Editora: Rocco
Copyright: 1998
ISBN: 85-325-1166-X
Gênero literário: romance de fantasia
Bibliografia da autora (incompleta) – Série Harry Potter: Harry Potter e A Pedra Filosofal, 1997; Harry Potter e A Câmara Secreta, 1998; Harry Potter e O Prisioneiro de Azkaban, 1999; Harry Potter e O Cálice de Fogo, 2000; Harry Potter e A Ordem da Fênix, 2003; Harry Potter e O Enigma do Príncipe, 2005; Harry Potter e As Relíquias da Morte, 2007. Obras relacionadas à série Harry Potter: Animais Fantásticos e Onde Habitam (roteiro do filme), 2001; Quadribol Através dos Séculos, 2001; Os Contos de Beedle, O Bardo, 2008; Harry Potter e A Criança Amaldiçoada (roteiro escrito por Jack Thorne), 2016; Short Stories from Hogwarts of Power, Politics, and Pesky Poltergeists, 2016; Short Stories from Hogwarts od Heroism, Hardship and Dangerous Hobbies, 2016; Hogwarts: An Incomplete and Unreliable Guide, 2016; Animais Fantásticos e Onde Habitam (roteiro do filme), 2016. Contos: A Prequela de Harry Potter, 2008; Dumbledore’s Army Reunites at Quiddditch World Cup Final, 2014. Adultos: Morte Súbita, 2012. Série Cormoran Strike: O Chamado do Cuco (como Robert Galbraith), 2013; O Bicho-da-Seda (como Robert Galbraith), 2014; Vocação Para O Mal (como Robert Galbraith), 2015; Lethal White (como Robert Galbraith), a ser lançado.

Como viajei para a praia – lugar ótimo para se ler livros mais leves – incluí na minha bagagem alguns livros. Escolhi este Harry Potter e A Câmara Secreta porque já estava programada a leitura deste segundo volume da saga bruxa de J. K. Rowling e por ser uma leitura mais solta. Harry não decepciona: novas aventuras, o ano letivo vai começar em Hogwarts e novos desafios para o protagonista. Tenho facilidade em desligar a tecla “adulto” e ligar a outra, “criança”. Acho até que deveria fazer isto mais vezes. Hermione Granger, os irmãos Weasley, Drago Malfoy, Edwiges, os parentes trouxas de Potter... pouco a pouco, voei para o mundo da fantasia e deixei-me alojar lá por alguns momentos por dia.

Este Harry Potter e A Câmara Secreta começa com uma proposição diferente: Dobby, um elfo doméstico, vem trazer um aviso para o nosso amigo. Aparece, sem mais esta nem aquela, no quarto de Harry, exatamente em sua cama:
“Harry conseguiu não gritar, mas foi por pouco. A criaturinha em sua cama tinha orelhas grandes como as de um morcego e olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis. Harry percebeu na mesma hora que era aquilo que o andara observando na sebe do jardim àquela manhã.
Enquanto se entreolhavam, Harry ouviu a voz de Duda no hall.
— Posso guardar os seus casacos, Sr. e Sra. Mason?
A criatura escorregou da cama e fez uma reverência tão exagerada que seu nariz, comprido e fino, encostou no tapete. Harry reparou que ela vestia uma coisa parecida com uma fronha velha, com fendas para enfiar as pernas e os braços.” (página 17)
O aviso, de que era portador, é misterioso e ao mesmo tempo assustador: Harry Potter deve ficar em casa. Não deve retomar as atividades em Hogwarts, sob pena de algo mortal poder acontecer com ele. O elfo doméstico é um tanto meloso com o aprendiz de feiticeiro, pela admiração de estar tratando diretamente com alguém que escapou de Você-Sabe-Quem e por Harry tratá-lo com atenção. Segundo se pode deduzir, elfos domésticos não gozam de bom tratamento de seus amos... nem neste mundo, nem no outro.

Este será um problema de difícil solução, pois se ele não retornar para Hogwarts, perderá a matrícula e o ano letivo, tão duramente começado no livro anterior. Por nada deste mundo Harry fará isto: o mundo dos trouxas não é o seu mundo, não tem afinidade com aqueles trouxas da família Dursley.

No afã de conseguir a promessa solene de Harry Potter, de que não retornará à escola, Dobby lança mão de uma mágica, fazendo o célebre pudim da Sra. Petúnia Dursley flutuar sobre o armário da cozinha. Como não consegue seu intento, encerra o fenômeno de levitação, o que vale ao bruxo duas consequências, ambas nada agradáveis: a admoestação do Tio Valter, que estava com visitas importantes, e pior que isto, uma advertência de Hogwarts:
“Prezado Senhor Potter,
Fomos informados que um feitiço de levitação foi usado esta noite em seu local de residência às 9:12h.
Como o senhor sabe, bruxos de menor idade não têm permissão para fazer feitiços fora da escola e, a continuar esta prática, o senhor poderá ser expulso da referida escola (Decreto para restrição racional da prática de bruxaria para menores, 1875, parágrafo C),
Gostaríamos também de lembrar-lhe que qualquer atividade mágica que possa chamar a atenção da comunidade não mágica (trouxa) é uma infração grave, conforme seção 13 do Estatuto de Sigilo da Confederação Internacional de Bruxos.
Boas férias!”  e segue-se assinatura de Mafalda Hopkirk, do Ministério da Magia. (página 24)
As coisas se complicam mais porque o Tio Válter não perdoa seu sobrinho bruxo por ter atrapalhado uma importante reunião da qual poderia tirar muito proveito financeiro. Além disso, por ação de Dobby, Harry não recebe as cartas dos amigos, que lhe foram enviadas. Tudo parece convergir para que ele realmente não consiga chegar a Hogwarts a tempo para o começo das aulas.

Os irmãos Weasley, entretanto, são tão bons amigos quanto bruxos atrapalhados e roubam o carro voador do pai e, com ele, vão chegar à janela de Harry, para saber por que o amigo não lhes respondia as cartas. Eles arrebentam a grade de segurança da janela do aposento, ajudam na evasão de Harry e o levam para a casa deles.

Peripécias mil vão acontecendo, como a utilização de um pó mágico para chegarem mais depressa ao Beco Diagonal, para comprar os materiais escolares. Harry se distancia da família Weasley e vai cair numa seção de má fama, onde se vendem coisas de magia negra. É resgatado por Hagrid. Não consegue se aprontar a tempo, acaba perdendo o trem para Hogwarts, quando os irmãos Weasley têm a “brilhante” ideia de irem no carro voador do pai, acompanhando lá do alto a linha do trem. O carro enguiça e cai sobre um salgueiro lutador, uma árvore maluca, para lá de animada, que recebe os intrusos a golpes de seus galhos.

Os meninos escapam por pouco de serem expulsos da escola. 
   
Mas o foco desta história é a tal Câmara Secreta – um lugar secreto, em algum ponto do subsolo de Hogwarts, que guarda segredos capazes de desestabilizar toda Hogwarts. Lá existem mistérios. É o lar de um monstro horrendo, um basilisco, de acordo com anotações em uma página de um livro muito antigo, encontradas por Harry:
“Das muitas feras e monstros medonhos que vagam pela nossa terra não nenhum mais curioso ou mortal do que o basilisco, também conhecido como o rei das serpentes. Esta cobra, que pode alcançar um tamanho gigantesco e viver centenas de anos, nasce de um ovo de galinha, chocado por uma rã. Seus métodos de matar são os mais espantosos, pois além das presas letais e venenosas, o basilisco tem um olhar mortífero, e todos que são fixados por seus olhos sofrem morte instantânea. As aranhas fogem do basilisco, pois é seu inimigo mortal, e o basilisco foge apenas do canto do galo, que lhe é fatal.” (página 245)
Seria esse tal de basilisco o responsável pelos últimos acontecimentos estranhos em Hogwarts? Alguns alunos são encontrados em estado de suspensão de vida. Quem seria o responsável pela abertura da Câmara Secreta, e a consequente libertação do monstro? 
  
O ponto mais alto desta trama, entretanto, está por vir. Harry Potter decide entrar na Câmara Secreta e desvendar de vez o que acontece lá. Isso era tudo o que Dobby desejava evitar: a luta final do bruxo contra um adversário de peso que, se subjugar Harry, estará livre para destruir Hogwarts e executar seus alunos.

Harry Potter, entretanto, conta com a ajuda de ninguém menos que Alvo Dumbledore, o maior feiticeiro que já existiu.

Recomendo a leitura deste Harry Potter e A Câmara Secreta, embora – na minha opinião – seja um livro que esteja abaixo do primeiro da série, Harry Potter e A Pedra Filosofal (resenhado neste blogue). Mesmo assim, é uma diversão e tanto.

J. K. Rowling tem o grande mérito de estar de olho no desenvolvimento psíquico de seu público e, por isso, vai adaptando a trama, vai sofisticando o enredo à medida que seu público amadurece. Quer dizer, cada livro vai progressivamente ficando com enredo mais trabalhado. É ler para ver.

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