Bernhard Schlink é professor de Direito e Filosofia na Universidade Humboldt desde 1996 . O Leitor foi o primeiro livro alemão a conquistar o primeiro lugar do New York Times. É também autor de outros Best Sellers, entre os quais, O Outro, igualmente filmado. Michael Berg é um estudante de ensino médio, 15 anos, na Alemanha do pós-guerra. Um dia tem uma indisposição na rua e é socorrido por Hanna Schmidt, uma mulher 20 anos mais velha que ele. Com ela, Michael tem sua iniciação sexual. Ela nunca diz nada sobre o seu passado ou sobre sua vida. Aos poucos, o menino passa a frequentar a casa de Hanna e ela lhe pergunta sobre a escola. A partir desse momento, estabelece-se uma espécie de ritual entre os dois: ele lê para ela várias obras literárias, ela lhe dá banho e fazem amor. Pouca coisa ele sabe sobre ela: trabalha como cobradora em uma linha de bonde. Certa vez, fazem uma viagem de bicicleta, aceita pela família dele porque Berg, apesar de ter estado doente, consegue boas notas e passa no final do ano. A viagem de bicicleta torna-os mais íntimos; ela se inscreve nas pensões como mãe dele, mas deixa que o jovem amante tome todas as providências quanto a preencher formulários, solicitar a comida nos restaurantes. Depois, certo dia, Hanna recusa ser promovida à categoria de motorneira da companhia de bonde. Vai trabalhar na Siemens, empresa de comunicação. Neste período é que desaparece, sem deixar qualquer justificativa para Michael. Apesar disso, a presença dela estará sempre na cabeça do estudante. Michael tem outros relacionamentos, como seria normal se esperar, mas não são duradouros; suas namoradas se queixam de que ele é muito razão e pouco coração. É um homem amargo. Enfim, seus estudos na faculdade direcionam-se para a área de direito. Fazendo estágio, ele volta a tomar contato com Hanna, após muito tempo. É que ele é designado como estagiário da faculdade e destacado para observar o julgamento de uma criminosa de guerra. A criminosa é precisamente Hanna. Ela participara de um destacamento de guerra alemão responsável pela guarda das prisioneiras de campos de concentração. É acusada por uma sobrevivente, de ter sido a mandante de várias execuções de prisioneiras, após tê-las obrigada a ler livros para ela. Parece alheia ao processo, com atitudes que vão complicando cada vez mais o seu julgamento, irritando o promotor e o juiz. A certa altura, diz ter feito apenas o que mandaram-na fazer. Michael descobre o porquê de Hanna nunca ter comentado sobre sua vida, quando estavam juntos. Ela, então, tem de escolher entre revelar seu segredo e se defender, pelo menos parcialmente, da acusação de ser a autora de um relato do incêndio de uma igreja, no qual pereceram várias prisioneiras, ou calar-se e deixar o tribunal condená-la à prisão perpétua. Ela prefere arcar com a condenação, mesmo não tendo escrito o documento. Michael Berg casa-se com Gertrud, ex-colega de faculdade e atuante na área de direito. Ela se torna juíza. Ele, entretanto, marcado pelo que assistiu no julgamento da sua antiga amante, foge daquela função e se especializa em História do Direito, realizando pesquisas. Têm uma filha, de nome Júlia. Pouco tempo depois, quando Júlia tinha cinco anos, Gertrud e Michael se divorciam. O relacionamento simplesmente havia chegado ao fim e a separação fora consensual. Michael Berg, sempre preso à Hanna Schmidt e ao passado alemão da Segunda Guerra Mundial, que o envergonha e angustia, passa a remeter para sua ex-amante obras lidas e gravadas em fita cassete. Tal fato será extremamente importante na vida da prisioneira. O outro contato com a diretora do presídio acontece na semana em que Hanna finalmente obtém o indulto por bom comportamento e está para ser libertada. Michael a visita pela primeira vez; ela está velha, grisalha, mas mantém certo frescor. Conversam pouco e ele lhe diz ter-lhe arranjado um apartamento e um trabalho de costureira. Michael Borg diz, no final do livro, ter tido a necessidade de escrever a história vivida pelos dois como um meio de exorcizá-la, um meio de ficar livre dela:
O Leitor não é exatamente “uma daquelas obras-primas para ser lidas antes de se morrer.” Entretanto, é uma história de boa qualidade, bem conduzida por um autor competente. Entrega ao chamado grande público um produto capaz de emocioná-lo e prender-lhe a atenção. Por isso mesmo tornou-se um Best-seller. SCHLINK, Bernard. O Leitor. Editora Record, 3ª edição. São Paulo, SP: 2009 |
sábado, 25 de outubro de 2014
Resenha nº 44 - O Leitor, de Bernhard Schlink
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