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sábado, 3 de agosto de 2013

Notas de Viagem 6: Venezia, Veneza, Venecia, Venice

Veneza é absolutamente apaixonante! A cidade está construída dentro da lagoa veneziana, contando com mais de 123 ilhas, das quais as mais importantes são Lido, Murano, Burano. Murano é onde se fabrica o famoso cristal do mesmo nome. Entrecortada por 177 canais, sobre os quais estão 400 pontes, Veneza é única. Há um grande canal, equivalente a uma vasta avenida, por onde trafegam lanchas, gôndolas, barcos comerciais e os vaporetto (espécie de ônibus-barcos).

Somente há carros na ilha de Lido, talvez por ser a maior. No restante, anda-se a pé mesmo, pois inexistem bicicletas, carroças, motocicletas, carros de qualquer tipo. Lá é na sola do sapato ou, então, com deslocamentos por barco. As casas têm, em frente aos seus portões de entrada, um pequeno cais onde podem atracar as lanchas.

A data de fundação de Veneza é incerta: 697, quando os venezianos elegeram seu primeiro chefe (Doge, do latim Dux, “comandante”) e 810, quando o ducado, quase independente, mudou sua capital de Eraclea para Veneza. A data em que se comemora oficialmente a fundação é 25 de março; o patrono da cidade é São Marcos, com referências por toda a localidade. Ali, na cidade lacustre, nasceram pessoas importantes, como o músico Antônio Vivaldi, o pintor Tintoretto, os papas Gregório XII, Eugênio IV, Paulo II, Clemente XIII e Pio X. A autoridade local mais importante era o Doge: o Palácio dos Doges é algo deslumbrante.

Veneza está situada na região italiana do Vêneto e foi, antigamente, capital da República Sereníssima, que existiu do século IX ao XVIII. Por muito tempo A Serenissima (como também é conhecida) foi uma das cidades mais importantes, sendo apontada por muitos historiadores como a primeira comunidade capitalista. Ao fim do século XVIII, entretanto, sofrendo as modificações por que passava o mundo à época, como a queda de Constantinopla para os turcos, o início das grandes navegações portuguesa e espanhola, a República Sereníssima entrou em decadência (Veneza era um importante porto comercial do mediterrâneo). As tropas napoleônicas invadiram o local em 1797 e a cidade foi cedida à Áustria, em troca da Bélgica.

Os passeios de gôndolas são românticos; os passageiros têm direito a um garrafa de Champagne, degustado em copos descartáveis e deploráveis, ao som dos acordeons e das vozes entoando O Sole Mio e outras canções de amor. Os gondoleiros, com suas camisas listradas, alguns vestidos a caráter, guiam com habilidade seus barcos pelos estreitos canais.

A Praça São Marcos é muito bonita. Ampla, cheia de pombos, camelôs vendendo máscaras venezianas, camisetas, quinquilharias e lembrancinhas para os turistas; é um ponto obrigatório para uma parada e fotografias. Napoleão teria se referido à Praça como le plus élégant salon d’Europe (o mais belo salão da Europa). É dominada pela Basílica de São Marcos, tendo num dos lados o Palácio Ducal e o campanário da Basílica. Não é só a cidade de Pisa a ter uma torre inclinada: também o Campanário de São Marcos, construído sobre um aterro e à beira do grande canal, está inclinada para este. Quando chove muito, a praça é o primeiro lugar a sofrer enchente, com a água correndo para o grande canal. Entretanto, quando é o canal que enche, a praça fica submersa.

O carnaval veneziano é o segundo mais famoso do mundo, perdendo apenas para o do Rio de Janeiro. Como característica carnavalesca, há, além de roupas coloridas, as máscaras venezianas, belíssimas e com acabamentos que vão desde o mais simples até o mais requintado (claro, os preços acompanham o status do objeto).

Veneza merece ser visitada, por tudo o que foi exposto aqui. É muito bonita, pitoresca, quer por ser construída sobre estaqueamento de troncos de madeira fincados no leito da lagoa, quer pelo seu ar romântico e medieval, quer pela sua história e importância no passado. Se forem à Itália, não a percam, vale muito a pena!

(fotos: Google images)

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